Acha isso ético? Horas de voo são recursos públicos, ainda que estejam sobrando não podem ser usadas com intuito privado. Pelo raciocínio, se sobrarem alguns fardos no final do mês, no rancho, o taifeiro poderia levar para casa para alimentar a família? Se sobrarem alguns galões de tinta após a reforma do quartel, o cabo poderia levar para si, para pintar a casa de sua mãe? Se há computador sobrando na divisão de recursos humanos, o sargento poderia tomar para si o aparelho, já que a filha está na faculdade e não tem computador? Se sobrou munição de 9mm ao final do exercício militar, o tenente do material bélico poderia apropriar-se dela porque possui uma pistola compatível?

Lembro, em meus tempos passados de FAB, que era comum Brigadeiro e Coronel pegar um Bandeirante e, pilotando pessoalmente, levar a família para passear em Fernando de Noronha. Recordo também de um tenente que utilizou um T-25 para ir de Recife a Maceió, CURTIR UMA MICARETA. Nada que ninguém me contou, EU VI. Isso ainda deve acontecer bastante. Não é pela remuneração que todo mundo quer ser oficial general, é pelas regalias ilegais, a salvo raras exceções. Na França o sujeito foi pego, pagará por isso. Aqui, nada acontece.